sábado, 25 de julho de 2020

Voto branco, nulo e abstenções tem efeitos colaterais graves.


A quem mais interessa seu voto branco, nulo ou sua ausência voluntária nas urnas? 
Muitos não se dão conta do quanto podem estar colaborando com quem não tem voto suficiente para se eleger, mas se elegem graças aos votos inválidos (nulo e branco) e abstenções. Esse tipo de protesto vazio também ajuda que tem curral eleitoral, militância e outras formas de alienações. Compartilho abaixo uma matéria que apesar de antiga, já com algumas informações superadas, mas de grande valia no tocante a importância do voto branco e nulo e seus efeitos colaterais em pleno vigor.
Matéria antiga, mas com conteúdo informativo interessante...
"TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 2014 reconhece que um número maior de votos nulos e brancos reduz a quantidade de votos válidos necessários para que um candidato se eleja. E alerta: ao anular seu voto, o eleitor pode possibilitar a vitória de um candidato que não venceria com os votos válidos que recebeu."

domingo, 19 de abril de 2020

A capacidade do Brasil de se sabotar


Por: Teófilo Fernandes,


Quando em 2016 eu li a entrevista de José Murilo de Carvalho (Historiador Brasileiro) publicada em vários jornais, entre eles o EL País, fiquei me perguntando como pode ser isso uma realidade, um país com perfil para ser uma das maiores potências produtiva, política e social do mundo ser assim. 
A pergunta foi sobre como ele avaliava naquele momento a situação democrática do Brasil e ele responde que: “Aprendi a nunca subestimar a capacidade do Brasil de se sabotar”. Como pode ser isso? Mais adiante ele mostra que é possível e não só naquele momento, mas hoje em 2020 vivemos a mesma coisa, ou seja, aqui nada muda e nem precisa mudar, nós esquecemos tudo a um piscar de olhos.
Quando  quiserem ler o conteúdo dessa entrevista realizada em 2016, ela está no link abaixo para melhor entenderem o que um cientista político e um dos maiores historiadores do Brasil estava naquela época falando sobre coisas que estão atualizadas para hoje. Outra resposta que muito me agradou foi: “Hoje, graças, sobretudo, às redes sociais, a polarização está mais nacionalizada e exibe com mais evidência seu lado patológico.”
Mesmo sendo um conceituado e experiente cientista político, Carvalho se perdeu na sua resposta quando perguntado o que explicaria o crescimento da popularidade de políticos ultraconservadores como Jair Bolsonaro, no Brasil, e, nos EUA, Donald Trump, ele deu uma resposta que não se cumpriu, ou seja, tem coisas até hoje não explicada ou esses cientistas vivem em outro mundo dentro do Brasil. Ele respondeu que “não creio que esse fortalecimento exista no Brasil”. O que vimos foi Bolsonaro dois anos depois eleito de forma espetacular. Na mesma resposta ele consegue mais à frente mostrar o que levou o PT a se desmoronar politicamente. Mesmo antiga é uma entrevista que muitos brasileiros precisam ler.

O comentário acima se refere a esta entrevista e se trata de uma opinião pessoal.:

Murilo de Carvalho: “A ‘política do ódio’ se generalizou. Não há inocentes”

https://brasil.elpais.com/brasil/2016/04/12/politica/1460488600_379940.html?fbclid=IwAR33GbSJAfZ6VOpY3ja57k8hUjSpt-yuVqSJrWe55ctT55MFeryALlWQQQo

domingo, 5 de abril de 2020

O registro no CORE é obrigatório para Representante Comercial?

Aos colegas Representantes Comerciais.

Muitos colegas se manifestam com frequência nas redes sociais e outros meios, sobre suas insatisfações com o CORE (Conselho Regional dos Representantes Comerciais), Conselho da sua categoria profissional. Não deixam de ter razão, mas falta muita informação e envolvimento da categoria com essa autarquia para conhecê-la melhor por diversos motivos, entre eles o isolamento da própria autarquia dos seus contribuintes compulsórios. Muitos com sabedoria, dizem que essa autarquia é propriedade de uma casta de representantes há décadas.

Assim como toda legislação pode sofrer mudança ao longo tempo, com a lei que regulamenta a profissão de representante comercial perante os órgãos competentes, não poderia ser diferente, poderá sim se houver vontade política. A lei é de 1965, criada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente na época o General Castelo Branco. Podemos discutir a obrigatoriedade de registro e obrigação de pagar anuidade para os registrados conforme a lei, mas não é esse o caso neste texto, mas defender que a referida autarquia não se justifica para sua existência nos dias atuais. Também podemos questionar alguns pontos importantes, entre eles o peso financeiro e burocrático da autarquia para os registrados, além de outros inconvenientes como a exigência do registro por muitas empresas que ofertam representações de seu portfólio, outro ponto desnecessário. Empresas exigem CORE sem entenderem a razão de suas exigências, sem contar que muitas estão equivocadas no tocante ao alcance do CORE ao seu favor. Muitas empresas são carentes de uma consultoria jurídica especializada em Representação Comercial e isso sim, faz muita diferença na hora de redigir um contrato de parceria.

Entre diversos pontos levantados, vários cabem discussão, por exemplo: o tema não é pacífico nos Tribunais quanto a exigência de registro no CORE para caracterizar uma relação contratual de representação comercial entre uma empresa (representada) e um representante autônomo (CPF ou CNPJ), isentando-a de uma relação com vínculo empregatício, isto é, não é porquê o indivíduo não tem registro no CORE que não seja reconhecida a existência de uma representação comercial com uma empresa, sem caracterizar vínculo empregatício. Os Tribunais entendem como lícito o contrato de representação comercial autônomo pelo “princípio da primazia da realidade” quando o indivíduo não tem o registro no CORE. Tribunais entendem que "NÃO é ilegal o contrato de representação com quem não tenha o registro".

Também se discute se a exigência de um registro profissional de quem não preenche os requisitos de um profissional liberal não afronte a Constituição Federal de 1988, “liberdade de exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão" é direito declarado no artigo 5º, XIII, da Constituição Federal, e pode ser definida como a liberdade do ser humano em desempenhar qualquer atividade laborativa profissionalmente, desde que atendidas as qualificações”.

Um dos pontos frágeis na constituição do CORE é o perfil qualificado dos profissionais para que justifique a necessidade de um Conselho de profissionais trazendo para os dias atuais, os demais Conselhos tem uma característica em comum, são Conselhos de Profissionais Liberais, onde é legalmente exigido dos profissionais, formação técnica específica para exercício da profissão, o que nunca foi o caso dos representantes comerciais, principalmente na época da constituição do referido Conselho dos Representantes. É preciso voltarmos ao contexto político da época e conhecer as arrumações e acomodações para sua criação, já que o Senador que viabilizou sua criação era o pai de Fernando Color de Melo e quem assumiu a Federativa foi seu irmão, um advogado de sindicatos que viveu todo o resto da sua vida por décadas à frente da referida autarquia, curiosamente era pai do recente ministro do STF Marcos Aurélio.

Todo Conselho tem um princípio comum, regulamentar uma categoria profissional, proteger a categoria e a sociedade, porém a história nos conta fatos interessantes. No regime militar foram criados os Conselhos de profissionais de categorias que poderiam influenciar a sociedade com ideias comunistas e socialistas, por isso eram monitoradas tais profissões pelo regime militar. Lembrando sempre que o CORE foi criado no segundo ano do regime militar. Não seria essa profissão uma de interesse dos militares em virtude do seu papel de comunicação e troca de ideias constantes no meio social, em uma época que o número de representantes viajando, levando e trazendo informações entre cidades e comunidades diferentes era muito visível? Os caixeiros viajantes, precursores dos Representantes Comerciais eram veículos de comunicações entre as mais diversas comunidades por esse Brasil afora. São possibilidades que poderíamos justificar a criação de um Conselho para vigiar a categoria e que foi superada pelo tempo. Sem mais oferecer esse papel nos tempos atuais, hoje não seria mais criado esse Conselho com a liberdade de expressão e exercícios profissionais que temos, além da modernidade tecnológica. O Estado como um todo, precisa se modernizar e se atualizar, de forma que muitas medidas do passado hoje estão obsoletas.

Para ser profissional liberal é exigido formação, seja ela superior ou técnica. Todo profissional liberal de posse do seu diploma precisa está inscrito no seu Conselho para exercer sua profissão, exceto aquelas que ainda não criaram seus Conselhos é claro, os demais profissionais que não são exigidos cursos de formação específica para exercício de suas atividades laborais são Profissionais Autônomos, isso é o que diferencia um liberal de um autônomo, a formação específica exigida. Você só pode exercer a função de Técnico de Enfermagem por exemplo, se tiver formação específica técnica por uma instituição autorizada pelo COREM além de sua inscrição pessoal no COREN, assim como outras categorias. Diante disso fica a pergunta: é preciso para o exercício de uma profissão autônoma (sem formação técnica especifica) a existência de um Conselho de profissionais?

A esmagadora maioria dos representantes que pagam o CORE, não sabe qual é o papel do mesmo e por isso ficam nas redes sociais e outros meios criticando o CORE em todo território nacional por não fazer nada pela categoria, isso é um equívoco natural pelo desconhecimento. Não é papel do CORE fazer pelos representantes o que a maioria deseja, benefícios para categoria. Quem pode lutar por benefícios são os sindicatos e associações, esses sim, existem para fazerem isso e não o CORE, esse tem outro papel previsto em lei, portanto sua obrigação é fazer o que a lei manda, agora se faz ou deixa de fazer é outra discussão importante que seus inscritos precisam no papel de cidadãos contribuintes, exigirem que o faça ou até mesmo pedirem seu fim pelos meios legais. Nada é para sempre, exceto a mudança, já disse Heráclito 450 a.c.

O papel do CORE é fiscalizar os Representantes Comerciais Autônomos no exercício de suas funções e punir os Representantes Comerciais infratores e nada a mais. Qualquer CORE que esteja fazendo algo diferente disso, está agindo deliberadamente fora da sua obrigação legal. Isso não quer dizer que não possa fazer.

A lei do Conselho Federal dos Representantes Comerciais (Lei-4886/1965) veio do Congresso Nacional, portanto é lógico que o Congresso pode alterar ou até revogar se assim entender cumprindo os requisitos legais.

Edson Teófilo Fernandes (atualizações feitas em 15/05/2024).

quarta-feira, 18 de março de 2020

Os Tipos de Analfabetismo (Prof. Antônio Carlos Vieira)

Tem texto que me agrada bastante, principalmente quando é simples e com conteúdo. Certa vez estava clicando sem compromisso em um portal de pesquisas, provavelmente o google, quando encontrei esse texto abaixo. Na época solicitei autorização por meio de mensagem virtual e o autor, Professor Antonio Carlos Vieira me liberou para republicar desde que sem suprir nada, principalmente a autoria. Hoje estou repetindo o tão útil texto...


Os Tipos de Analfabetismo


Por Antônio Carlos Vieira

 "Segundo o IBGE, no Brasil existem, atualmente, em torno de 14 milhões de analfabetos. Esses analfabetos são aquelas pessoas que não sabem ler e escrever coisa alguma e essas estatísticas, quando divulgada, passam a ideia que se conseguirmos fazer com que toda a população aprenda a ler e escrever, estaremos livre do analfabetismo .
Se formos analisar, de maneira mais profunda, iremos notar que a coisa não é bem assim. Eu costumo classificar o analfabetismo em quatro categorias, que são: o Analfabeto Total, o Analfabeto Funcional, o Analfabeto de Conteúdo e o Analfabeto de Cidadania (ou político).

O Analfabeto Total

Esse é o tipo de analfabetismo mais fácil de se diagnosticar e é também o mais fácil de se mensurar e quantificar efetuando estatísticas. É claro que se deve tomar o cuidado ao analisar e efetuar essas pesquisas. Costuma-se classificar as pessoas que sabem ler e escrever o próprio nome como alfabetizadas e não é bem assim. Tem algumas pessoas que conseguem desenhar o próprio nome com certa facilidade e não sabem ler e nem escrever ou no máximo conseguem soletrar algumas palavras o suficiente para identificar o próprio nome.

O Analfabeto Funcional

Em termos de pesquisa quantitativa, não é possível mensurar este tipo de analfabetismo. O problema consiste que este tipo de analfabeto sabe ler, escrever, não consegue interpretar e consequentemente não entende o que está lendo. O problema do Analfabeto Funcional está aumentando a cada dia e hoje é comum se encontrar até mesmo nas universidades. O que ocorre na realidade é que estão conseguindo com que as pessoas analfabetas total aprenda a ler e escrever, mas não aprendem a interpretar uma leitura ou mesmo redigir uma simples carta (redação).

O Analfabeto de Conteúdo

É muito comum está se discutindo um determinado assunto com determinadas pessoas (até mesmo universitários) e se percebe que a mesmo está se colocando, sobre o assunto, fora do contexto simplesmente por não conhecer do assunto. Esse tipo de analfabeto costuma escrever bem, falar bem e sente a sabedoria em pessoa, por tal motivo, mas quando se começa argumentar sobre determinado assunto se percebe que ele só escreve bem, fala bem e falta conteúdo.
Quando entrei na Universidade uma das primeiras frase que os professores deixaram bem claro foi: “procurar não discutir e criticar aquilo que não tem conhecimento”,  que isso não demonstrar ignorância simplesmente pelo fato que a pessoa não é obrigado e não consegue saber de tudo na vida. Tentar mostrar habilidade e argumentar algum assunto que não conhece é que é ser ignorante. Só que esse tipo de analfabeto, que é muito raro, costuma esconder a falta de conhecimento criticando os seus erros de português, os erros ortográficos, seu vocabulário e deixa o conteúdo do que se está discutindo de lado. Você vai encontrar muito desse tipo escrevendo e falando muita coisa bonita que não serve pra nada.

O Analfabeto Político

Este tipo de analfabeto eu considero uma variante do Analfabeto de Conteúdo. A diferença é que o analfabetismo político é aquele cidadão que deveria ter conhecimento de como funciona o seu estado, a forma de fazer política em sua sociedade, os direitos e deveres de cada cidadão (geralmente a pessoas só procuram aprender os direitos). A grande maioria das pessoas, inclusive as de formação universitária, não tem noção do que seja Estado (só fui entender a noção de Estado quando estava na Universidade!!!), propriedade, os interesses na sua formação e controle por parte das camadas sociais. Não tem como uma pessoa entender de todos os assuntos, mas pelo menos deveria saber dos assuntos pertinentes a sua sociedade e do lugar onde vive."



Nossa responsabilidade na formatação das Câmaras de Vereadores em 2020


Imagem apenas ilustrativa

Por Teófilo Fernandes 


Este ano de 2020 teremos a obrigação cívica e moral de eleger nossos primeiros representantes na escala legislativa brasileira, nossos representantes fisicamente mais próximos de nós, os vereadores de cada um dos 5.570 municípios brasileiros.

Afinal, você sabe qual é o papel de um vereador como agente político escolhido de forma direta e secreta por você cidadão? Pois bem, ele tem um papel equivalente ao que Deputados e Senadores possuem nas esferas mais amplas, no caso Estados e União. O vereador representa os interesses da população perante o poder público, na prática ele tem como atividade principal legislar, se assim não fizer, você escolheu uma pessoa que não estar cumprindo sua obrigação, mas foi você quem o escolheu democraticamente.

Temos uma Constituição Federal que nos guia às leis menores, mais específicas de acordo com as necessidades e interesses públicos. Sendo o vereador um agente legislador restrito à esfera municipal, não adianta eleger alguém que prometa leis que não estão ao seu alcance. Muitas são as leis que competem aos vereadores, como por exemplo: tributos municipais, plano diretor, criação de bairros, de distritos, de ruas e avenidas, plano de educação municipal, tombamentos de patrimônios, entre outras leis restritas ao município. Lembrando, mesmo sendo leis municipais não poderão se chocar com leis dos Estados e da União. Só aí já percebemos que não é qualquer um que pode ser vereador, é preciso reunir condições mínimas para isso. 

Cabe além da competência para legislar ao vereador, também exercer o papel de fiscal das ações do prefeito, só nesse quesito o cidadão já pode se conscientizar que não existe prefeito corrupto sem metade da câmara dos vereadores mais um também corrupta.

O vereador além de suas obrigações tem garantido seus direitos como imunidade parcial, direito a renúncia, direito a exercer outra profissão no exercício do mandato desde que não prejudique as atividades do mandato, assim como também a remuneração da função de acordo com o que determina a Constituição Federal em seu artigo 29 inciso VI. 
https://www.planalto.gov.br/cciVil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc25.htm

Aproximando-se desse momento de escolha de seus representantes, o cidadão é o agente responsável pela configuração das câmaras de vereadores e não adianta reclamar depois da qualidade deles, a responsabilidade é sua cidadão, foi você quem a escolheu, é você o patrão deles.

No mínimo você deverá escolher aquele que prometer o que você poderá cobrar dele depois, por exemplo: fazer mudanças na lei orgânica do município, propor criação e tributos ou extinção dos mesmos desde que seja em benefício dos munícipes, fazer mudanças importantes nas leis relacionada à educação dentro do alcance do município e fiscalizar atentamente os atos do prefeito.

Chega de eleger vereadores que só servem para mudar nomes de ruas e aceitar tudo que o prefeito faz. Não esqueçam que os vereadores são as lideranças que primeiro são contatadas pelos pretensos candidatos a Deputados e Senadores, dessa forma estaremos elegendo entre vereadores, prefeitos e vices mais de 60.000 cabos eleitorais das esferas superiores.


Voto branco, nulo e abstenções tem efeitos colaterais graves.

A quem mais interessa seu voto branco, nulo ou sua ausência voluntária nas urnas?  Muitos não se dão conta do quanto podem estar colab...